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“Não existe testemunha mais terrível - acusador mais poderoso - do que a consciência que habita em nós.”
Sófocles
Para começar a ilustrar esse
arcano, gostaria de contar uma história que ficou famosa na internet a alguns
meses, que falava do arrependimento de um homem (Louis) que praticou bullyng na
escola com seu colega (Chad), quando estudavam na mesma escola, e seu posterior
pedido de desculpas 20 anos depois. Louis, o agressor, ao ser questionado pela
sua filha pequena se já havia feito bullying no colégio, afirmara que sim, arrependido. Para dar o bom
exemplo à sua filha e curar uma ferida no seu coração, Louis pediu desculpas
formalmente através do facebook para Chad. Eis a mensagem, traduzida livremente:
“Oi Chad,
Eu estive recentemente conversando com a minha filha de 10 anos sobre
bullies. Ela me perguntou se eu já fiz bullying com alguém, e infelizmente eu
tive que dizer sim. O que veio na minha mente é o quanto eu fui um bosta e
maldoso com você quando estávamos no colegial. Eu quero me desculpar. Se
moramos ainda no mesmo estado eu gostaria de me desculpar na sua frente. Eu nem
sei se você lembra, mas eu lembro, e sinto muito.”
As pessoas não costumam ver algo
de positivo nesta carta, o que é bastante explicável, pois as imagens que
ilustram este arcano ao longo de todo espectro de baralhos de tarot são
realmente “pesadas”. Mas isso não quer dizer que não exista um lado positivo. É
um lado bem sutil e belo, que geralmente está escondido por trás da obscuridade
das imagem representativas. Esta carta fala da consciência, de nossa auto
regulação. Se fizermos algo que achamos ser errado, lá estará a consciência,
começando a falar baixinho, e depois gritando nas nossas orelhas que fizemos
algo errado. É essa consciência que separa as pessoas comuns dos psicopatas,
por exemplo. Ela é nosso freio moral.
Porém este arcano também tem seu
lado “mais pesado”, que é o seu lado mais conhecido pelos tarólogos. A
materialização da culpa ou do medo paralisante de se encarar um fato dolorido,
como por exemplo, o medo de ter sido responsável pelo sofrimento alheio, como no fato que abre este artigo. A dor de
quem vive a culpa é maior do que da vítima do ato, em muitos casos.
Nosso lado moral nos cobra o
tempo inteiro se transgredimos alguma regra interna nossa. Porém, muitas vezes
podemos ser cruéis conosco, nos cobrando demais ou nos menosprezando. É muito
acertado quando dizem que nós podemos ser nossos piores inimigos, pois nessa
carta também está a autocrítica (construtiva ou destrutiva).
Mesmo que tentemos nos esquivar
da cobrança da consciência, ela retorna, ainda mais intensa, como fantasmas
ruidosos.
Estes dois vídeos abaixo mostram,
de forma leve e engraçada, os dois lados da nossa consciência, principalmente o
que vemos nas cartas de 9 de espadas.
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