Imaginem
que um grande e poderoso exército tomou sua cidade, o que você, sozinho,
poderia fazer? A não ser que você seja o super homem, encontrar abrigo longe
dos olhos inimigos seria uma decisão prudente e, posteriormente, poderia traçar
uma estratégia para combatê-lo ou esperar eles irem embora, se for o caso. É
dessa maneira que enxergo a carta de 9 de paus, de uma maneia geral. É a carta
do abrigo seguro, a batcaverna do Tarot (até o Batman precisa de uma base
secreta para poder lutar contra os vilões). Seria no 9 de paus que o Eremita se
esconde? Quem sabe?! Fica um exercício de imaginação!
Quando
essa carta aparece nas leituras geralmente mostra uma situação em que o(a)
consulente não tem poder suficiente para reverter sozinho naquele momento, que,
apesar de seus esforços (que provavelmente foram muitos), ele(a) precisa se
retirar da batalha, primeiramente para descansar e curar as feridas, e
posteriormente observar o andamento da situação, de longe.
Dependendo
da situação, baralho e posição da carta na disposição da leitura, ela pode aconselhar
para que o(a) consulente se abrigue, enquanto a situação se resolva sozinha, como
que “esperando a chuva passar”. Em outras posições indica o recuo estratégico
para um posterior avanço. A carta posterior a esta pode revelar se um novo avanço se faz necessário ou não.
Em uma posição de bloqueio, no uso de cartas invertidas, casa que representa dificuldades ou pelas outras cartas que a acompanham, ela pode demonstrar alguém com receio de agir ou se expressar, alguém que se esconde das próprias vontades, que evita tomar uma decisão para não se expor. Essa posição sai muito frequentemente nas leituras que eu fazia para os meus clientes em questões de sexualidade, quando o(a) consulente tinha medo de seguir seus desejos; é o famoso medo de sair do armário; mas, no geral, é a dificuldade em tomar uma posição, em expressar desejos e opiniões, mantendo-se na “retranca”.
No tarot de Rider Waite, que serviu de inspiração
para diversos outros baralhos, a carta de 9 de paus me remete a ideia de uma
pessoa machucada, acredito que por causa de uma batalha, e que decidiu se
proteger criando uma cerca, que pode ser muito bem entendida como uma
trincheira, uma posição de defesa. Aqui, o homem da figura me parece estar
vigilante, talvez até um pouco temeroso, com a sua arma
na mão, para o caso do inimigo invadir.
As
palavras chaves que uso para essa carta são vigilância, paciência, recuo e
cautela.
Seria
interessante meditar sobre essa carta para entendermos o que na nossa vida está
nos desgastando, sobre o que estamos nos esforçando inutilmente ao invés de
deixar que a situação se resolva. Essa carta não fala sobre ações que não dão
resultado, mas que o resultado exige um pouco de paciência e vigilância para acontecer;
que toda ação possível já foi tomada.
Como
é uma carta do naipe de paus, a questão temporal é geralmente mais rápida do
que os naipes de ouros e copas, portanto, o que tiver que acontecer,
acontecerá, apenas sente-se e observe, tenha um pouco mais de paciência.
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