sábado, 18 de outubro de 2014

O Julgamento



Gosto de observar esta carta mais pelo seu nome do que propriamente pela imagem. Julgamento é uma palavra forte, indica que alguém está julgando ou está sendo julgado, ou ambos ao mesmo tempo.


Em um sentido mais abrangente o consulente está avaliando uma situação ou sendo avaliado por outra pessoa, ou mesmo auto avaliando-se.


As cartas originais do tarot mostram em suas ilustrações o Julgamento Final, geralmente mostrando um anjo acordando os mortos, que serão encaminhados à Deus para receberem o julgamento. Os justos irão viver na nova Terra e os injustos estarão eternamente condenados à queimarem no lago de fogo e enxofre.
Quando essas cartas foram criadas elas possuíam um forte elemento religioso e assim permaneceram durante a história até chegarem aqui. Porém, é importante que tiremos esse verniz religioso e enxerguemos o aspecto simbólico dessa carta tão mistificada.

Um dos simbolismos mais profundos desta carta é o sentimento do que é certo ou errado nas próprias ações. Muitos evitam pensar sobre suas atitudes, adiando o tal “dia do julgamento”, mas outras, mais conscientes avaliam seus atos passados na esperança de melhorarem enquanto pessoas.

Um Julgamento é uma avaliação conforme regras estabelecidas. Essas regras são mais internas a cada pessoa do que externas, e o Juiz é a nossa consciência.

Quando uma pessoa é grosseira com outra e depois percebe que exagerou, ali ocorreu um julgamento, uma avaliação de seus atos conforme suas próprias regras internas estabelecidas, ou seja, segundo o que é certo e errado para o indivíduo.


No conto de Charles Dickes, “Um conto de natal” (a Christimas Carol), é mostrada a história de Ebenezer Scrooge, um empresário pão duro que não aprecia o natal. E durante a noite 4 espíritos o visitam, sendo o primeiro de seu falecido sócio e os outros respectivamente representando o passado, presente e futuro.
Este conto ilustra muito bem o nosso julgamento interno, e como ele pode se travestir de diversas formas no inconsciente, para aqueles mais teimosos.

É fato que a nossa consciência é o juiz mais astuto e aplicado.

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